ALESSANDRO FISCHER - 7ª AULA - ÉTICA E RELIGIÃO - 05 A 09 DE 2020

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ÉTICA E RELIGIÃO


Neste post


, o André Abrantes Amaral toca num importante problema filosófico – a relação entre a ética e a religião – que merece mais atenção e debate do que lhe é normalmente reservado. Sintoma disso é a forma ligeira como alguns comentadores simplesmente descartam a afirmação do André como um disparate ou um absurdo, sem no entanto despenderem um segundo que seja a argumentar contra a mesma. No sentido estrito, formal, eu não concordo com ele; mas percebendo onde ele quer chegar, é verosímil que a sua asserção seja, em muitos casos, verdade na prática. O que o André escreveu foi:

A raíz desta ideia de ligação entre religião e ética advém do conceito de direitos naturais. A ética é um código de valores e condutas. Identifica e ordena esses valores e prescreve regras de conduta conducentes à preservação e defesa dos primeiros. No entanto, o conceito de código de conduta está inerentemente ligado à interação entre indivíduos; ou seja, regula a acção de uns tendo por limite os direitos dos outros. Estes direitos podem ter duas origens: Ou são acordados ou contratualizados, abrindo potencialmente a porta à tirania da maioria e ao desrespeito pelos indivíduos; ou existem por si próprios, naturalmente. Neste último caso, levanta-se a questão da sua “descoberta” ou “revelação”, daí a dificuldade filosófica de fundamentar, historicamente, o direito natural sem Deus (ou um conceito equivalente, como “o universo”, “todas as coisas vivas”, etc). A minha opinião (daí a minha discordância com o André) é que os direitos naturais podem ser derivados racionalmente a partir de axiomas (ver links abaixo). Mas trata-se de uma abordagem igualmente questionável e que tem as suas próprias dificuldades.

As religiões são essencialmente sistemas filosóficos; daí a sua ligação natural à ética. A sua ligação à ideia de sociedade livre é mais problemática. Nem todas as religiões podem levar a uma sociedade livre na medida em que não concebem o livre arbítrio e a responsabilidade última do indivíduo. Como defendeu Isabel Paterson em The God of The Machine, a sociedade moderna só foi possível pela conjugação dos progressos civilizacionais que a antecederam: A dedicação grega à ciência pela razão, a lei romana como “cheque” à arbitrariedade do poder e o livre arbítrio da alma individual subjacente ao cristianismo.


Muitos não concordarão com esta tese de Paterson nem com a afirmação acima do André, no entanto, é inegável que na prática os limites à acção que as pessoas estabelecem para si próprias advém em grande medida da sua educação e do contexto social em que vivem; da tradição, portanto. Nesse sentido, a influência prática da religião na ética é enorme. O processo é 


essencialmente automático. As pessoas não passam os dias sob uma figueira a meditar profundamente sobre como devem agir. Existem naturalmente alturas em que cada um pensa com maior consideração sobre decisões a tomar, mas isso é a excepção e não a norma. De igual modo, o grau de aceitação do modo de agir dos outros também depende da tradição.

É por isso irónico que muitos agnósticos ou ateus sejam críticos acérrimos da religião – particularmente o catolicismo – apesar de agirem de acordo com códigos de valores que foram em grande medida moldados por ela. Claro está, a religião não é formalmente uma condição necessária à ética; mas a sua rejeição liminar exige ao agente a formulação de uma fundamentação alternativa. Isso dá trabalho e muito poucos o fazem.

ATIVIDADE: QUAIS SÃO OS PRINCIPIOS DA ÉTICA QUE DEVEMOS TER EM RELAÇÃO À TODAS AS RELIGIÕES.

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